Projeto Lerelena

Projeto Lerelena

Em homenagem ao centenário do nascimento da poeta paranaense Helena Kolody iniciamos o Projeto Lerelena.

Nove poetisas do sul brasileiro se propoem ao desafio de ler relendo (ler helena) e interInvencionar. A proposta é confluir e colidir a nossa letra com a dela, helena. As interInvenções serão sempre sensibilizadas por poemas seus. Nesta primeira etapa partiremos de nove poemas que serão postados a cada sexta-feira.


Miragem no caminho (Helena Kolody)

Perdeu-se em nada,

caminhou sozinho,
a perseguir um grande sonho louco.

(E a felicidade
era aquele pouco
que desprezou ao longo do caminho.)



sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Projeto Lerelena - Desafio

Nove poetisas do sul brasileiro se propoem ao desafio de ler relendo (ler helena) e interInvencionar. A proposta é confluir e colidir a nossa letra com a dela, helena. As interInvenções serão sempre sensibilizadas por poemas seus. Nesta primeira etapa partiremos de nove poemas que serão postados a cada sexta-feira.


Desafio (Helena Kolody)

A vida bloqueada
instiga o teimoso viajante
a abrir nova estrada.





Dias a fio (Só Amanda)

Exílio vermelho
Salgado doce mar
Aonde mesmo que eu queria chegar?



Descalço (Caro Liz)

Em minha bolsa: pedra tesoura e papel
pedra quebra tesoura, tesoura corta papel, papel embrulha pedra
(a pedra é sempre um presente)
caminhar basta.


Desafio (Denise Vieira)

Vida bloqueada
teimoso viajante
abre nova estrada
nova estrada
nova estrada...


Se a estrada fosse minha (Olivia Lucce)

se a estrada fosse minha
tu colocarias os meus sapatos
e viverias a minha escolha
só minha


Desafino (Anali Mattar)

A vida dividida em blocos
sem mistério nem milagre é kumon roseano
de largo tempo alisado.


Desfio (Jo Ana)

Uma nova rua
instiga o ocupado transeunte
a não virar a esquina.

Uma nova rua
instiga o desocupado transeunte
a não seguir adiante.

Uma nova rua
instiga o transeunte
a pensar em outro caminho.

Transito roseanamente
                        instigo
e instintivamente
                      persigo
minha casacacasca de pele desfiada
e
                           sigo



Ainda cheia de ausências (Turquesa)
ainda cheia de ausências
a ideia torturada
vai doendo a madrugada

madrugada, madrugada

entornando        existir
                        elixir
ir ir                   vou             estrada




Um comentário:

Anônimo disse...

? (Cida Apper)

ávida
de vida
dádiva ou dívida?