Ouço a voz de dentro do cano
Orelha direita solta no espelho
Ouço um pingo grosso deslizar na cor metálica
O segundo andar de um posto se estica
Ouço o sapato duro de quem não chega
O segundo céu da noite sempre fria é um carpete
Ouço a temperatura mais doce da boca
O centro é sempre quente
Ouço o toque mentiroso da (h)e(x)sitação
O forte querer do som mecânico existencial
Ouço
Ou sou
árvore semi molhada seca
Ouço
Ou sou
sobreposição de uma tela tramada de um portão fechado
Ouço
Ou sou
perímetro de um contorno nu
Ouço
Ou sou
doença inflamada framada de um sentido oco
Ouço
Ou sou
o medo da palavra.
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